sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Florença: o belo é redundante!


Vista de Firenze a partir do Campaneli na Praça do Duomo.

        Após dois dias em Veneza, partimos rumo a mais importante cidade da região da Toscana, Florença ou, simplesmente para os italianos, Firenze. Chegar foi fácil, rápido e confortável. Bom, barato? Considerando-se que viajamos de TGV (sigla francesa: Train à Grande Vitesse), trem bala amigos/as, pagamos o equivalente a 44 euros (por pessoa) o trecho de 260Km. Então, barato? Em viagem descobrimos que a melhor coisa a se fazer é esquecermos as conversões cambiais, faz bem ao coração.

      Chegamos por volta das 20:30 em Firenze. Hospedamo-nos em um hotel no Centro Histórico da cidade, situado à Via Tornabuoni. A boa localização (como já frizamos no relato de Praga) é sempre estratégica. Estávamos a alguns minutos a pé, das principais atrações turísticas da cidade, a exemplo da Ponte Vecchio, da Piazza Della Signoria, da Galeria Degli Uffizi, Palazzo Vecchio, a Igreja de Santa Croce e o Duomo.

     Além dos olhos famintos por beleza, estávamos mortos de fome. Deixamos as malas e fomos explorar o em torno do hotel em busca do que comer. Fomos na direção da Piazza Santa Croce, uma dica do taxista que nos trouxe da ferroviária até o hotel. Trata-se de uma zona boêmia da cidade (o Rio Vermelho dos soteropolitanos, sem o mar claro!). Confessamos que nem chegamos lá (risos...). Fomos fisgados por um restaurante muito charmoso na Piazza San Firenze, a Osteria De'Peccatori.

     Fomos surpreendidos por um atendimento caloroso (raro por essas bandas do planeta) e uma pasta artesanal de tirar o fôlego.
Foto 02: Tagliatelle Pomodoro Fresco

Foto 03: Tagliatelle alla carbonara

Foto 04: filé de carne suína com fritas.
     Bom, os italianos tem um hábito bastante complicado para aqueles/as que estão precisando de uma dieta. Três pratos na refeição. Em geral uma entrada (pode ser uma bruschetta, uma sopa ou salada.). O primeiro prato é quase sempre uma pasta ou um risoto.

    O segundo prato caros/as leitores, acredite, é quase impossível saboreá-lo. Eu, Flávio Assis, confesso rubro que não resisti ao pecado da gula, a pesar dos inúmeros alertas de Paulinha: "olha, você não aguentar comer, é muita comida!" Vixe, não deu outra. Pedi o segundo prato e fui surpreendido por 450g de um filé de porco com fritas (foto 04 acima). Nossa! Grande lição, na Itália nunca se pede o segundo prato, a não ser que você tenha chegado da guerra, literalmente.

Dia seguinte


    Antes de mais nada, precisamos comentar sobre o Hotel Tornabuoni Beacci, um capítulo a parte. Escolhemos um quarto especial, é verdade, mas não foi só o quarto que nos deixou boquiaberto, mas os inúmeros cantos do hotel. Cada pedaço de parede, cada móvel, cada objeto traduzia história, arte e estilo. Espelhos, cadeiras, quadros, estátuas e um terraço com um jardim suspenso e de quebra, uma vista panorâmica do Centro Histórico de Florença. Muito bom!











     Após um café da manhã reforçado no Hotel saímos com fome de Firenze. Queríamos saboreá-la,  deglutí-la, ruminá-la em cada centímetro, se possível fosse. Optamos por começarmos pela Ponte Vecchio e a Galeria Degli Uffizi, duas atrações próximas entre si. Naquela manhã Firenze amanheceu especialmente fria, com os termômetros na casa dos 5ºC, mas com o vento que lambia a planície do Rio Arno na cidade, a sensação térmica era menos aconchegante ainda.

    Confesso, particularmente, que fiquei um tanto atarantado diante daquela cidade, berço da Renascença, centro da Europa por dois séculos. Entre os séculos XV e XVII, Firenze se constituiu em um grande centro de confluência artístico-cultural. O Duomo concebido de maneira irretocável por Brunelleschi inaugurou um novo paradigma na forma de se construir cúpulas.

Visão da Cúpula do Duomo a partir do Campanile.
            Destaque também para a nova perspectiva de escultura em mármore dada pelo genial Michelangelo; as portas do Batistério de Ghiberti descortinaram novas possibilidades de se forjar relevo sobre o metal; aqui em Firenze Da Vinci pintou, talvez a mais famosa peça da sua obra, a enigmática Mona Lisa (esta exposta no Museu do Louvre em Paris).



      Donattelo, Giotto, Pisano, Della Robia e tantos outros artistas produziram genialidades por aqui. É História em Estado Puro, em cada esquina, ladrilho, fração dos Vitrais, calçadas, paralelepípedos das praças e ruas. Em meio a tanta delicadeza e sensibilidade a cidade acaba sendo, também, um lugar singular para o romantismo. Firenze, assim como Veneza, é um convite explícito à companhia e, se o/a caro/a leitor/a tiver a sorte de visitá-la ao lado de um grande amor, melhor ainda!



A Ponte Vecchio 



       Esta ponte dá-nos uma ideia dos resquícios de uma Florença ainda medieval, sem as rupturas estéticas que irão lhe projetar para o mundo a partir do século XV. Mas antes, é preciso um esforço para ignorar a multidão e as joalherias que se estendem por toda construção.


      Vixe Maria! Já tinha me esquecido. Caminhar por uma rua infestada de joalherias ao lado de uma filha de Oxum, não é uma tarefa das mais fáceis (risos...) Os olhos da minha pequenina foram capturados por uma infinidade de pedrarias raras, colares, pérolas, diamantes... Eu também, confesso (risos...) é realmente difícil não ser capturado.

       A ponte que se vê na foto, interliga a cidade sobre o Rio Arno e é uma construção do ano de 1345, que na verdade, já é uma reconstrução da ponte anterior que fora levada pela enchente. A Ponte Vecchio também oferece-nos uma visão sobre a Ponte Santa Trinitá e os belos palácios a margem do rio. Um encanto!







     Bom, com duas semanas de atraso, desde que eu e Paulinha desembarcamos na nossa terra amada, mas tá aí uma fração da nossa passagem por Florença. Aguardem cenas dos próximos capítulos. Isso é viajança!




segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Veneza: a luta continua companheiro!





Foto 1: Estação Hídrica próxima à ferroviária na Lista Del Spagna.
Uma das mais belas atrações de Veneza é a Ilha de Murano, com uma população estimada em 5 mil habitantes. Com um excelente museu e belos palácios, a ilha abriga, desde o século XIII a famosa indústria do vidro veneziano. Ao longo das suas ruas é possível encontrar com artesãos demonstrando a arte do seu ofício.

Contudo, eu e Paulinha, no nosso último dia em Veneza fomos surpreendidos por uma greve dos trabalhadores que operam os chamados, vaporetos (barcas utilizadas em Veneza para o transporte de passageiros). Tratava-se de uma paralisação para reivindicar melhores condições de trabalho perante a empresa que monopoliza a exploração dos vaporetos, que por sinal, é uma empresa pública.

     Por isso, o nosso blog ficará com essa dívida geográfica com os nossos leitores. Aliás, nós mesmos não nos perdoamos por não termos visitado um lugar tão especial deste recanto do mundo. Mas como bem nos falou um funcionário da Compainha Pública: "as condições de trabalho estão difíceis em todo mundo, aqui não é uma exceção".

Romantismo em cada ponte










   Veneza é definitivamente uma cidade de todos os sentidos. Apenas repousar os olhos sobre o Grande Canal ou uma de suas ruelas líquidas já faz uma bem fantástico ao espírito. Andando por aqui se compreende de onde vem a fama de romantismo da cidade. Cada lugar aqui é um convite à sensibilidade, à delicadeza, ao encontro do aconchego, dos olhos nos olhos.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Veneza: chegar de trem foi muito especial!

Nascer do sol da janela do trema de Paris para Veneza.
    Os chineses dizem algo peculiar a respeito do nascer do sol. Dizem que quando a natureza dá o seu mais belo espetáculo, a platéia está quase toda dormindo. Mas tivemos a sorte de estarmos bem acordados na longa viagem de trem de Paris à Veneza, para sermos presenteados com esse espetáculo, realmente, ímpar.
    Aliás, o trem reservou uma outra gratíssima surpresa para mim e Paulinha. Conhecemos uma pessoa agradabilíssima, uma italiana de Verona homônima da minha pequenina, Maria. Foi nossa companhia na cabine durante quase toda viagem, já que ela ficou um hora antes da gente, na estação de Verona.
    Maria é Médica e tava de visita ao marido que fora transferido para Paris, onde trabalha como engenheiro. Papo agradável, bom-humor, uma figura rara. Paulinha, claro, não perdeu a oportunidade para exercitar mais uma vez o seu inglês. Tá aí o registro das figuras na cabine:


    Enquanto admirávamos a paisagem da janela do trem, cá com os meus botões, lembrei de uma bela canção do Caetano Veloso, Trem das Cores, um trecho em especial que diz: "... as casas tão verde, rosa, que vão passando ao nos ver passar, os dois lados da janela. E aquela num tom de azul, quase inexistente azul que não há. Azul que é pura memória de algum lugar..."


     

         Nossa chegada à Veneza foi bem tranquila, com o Hotel Continental, estrategicamente, localizado próximo à Estação Ferroviária, não perdemos tempo. Fizemos o check-in e colocamos os pés na estrada, ou melhor, nas ruas históricas e românticas de Veneza.
         Estávamos ansiosos para irmos à Praça S. Marcos, então providenciamos um ticket para usarmos o vaporeto durante a nossa estada. Eu e Paulinha, um ticket com passagens ilimitadas por dois dias, saiu por 46 euros (bem salgado é verdade, mas fazer o quê?).





     Depois de 30 minutos de vaporeto desembarcamos na estação hídrica (óbvio!) de São Marcos. Depamamo-nos com uma Veneza em reformas. a Praça de S. Marcos, por exemplo, estava repleta de andaimes e sons de martelos, picaretas, furadeiras por toda parte, além dos japoneses, claro, as dezenas deles (risos...).



    
      Aguardem cenas dos próximos capítulos!

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Luz, Sena, ação. Bon Voyage!


     Acordar em Paris é diferente. É sentir-se na sétima maravilha do mundo. Colocar os pés na rua e deixar-se misturar às pessoas. 
    Descer na estação de metrô que a princípio pode parecer complicada com a profusão de linhas que se interceptam (14 ao total) e descobrir como é fascinante usufruir de um sistema de transporte ágil e seguro. 
    A integração dos sistemas rodo-ferroviário, alem de baratear, torna a locomoção muito mais fluida para o usuário.





     A França ainda é um dos poucos países desenvolvidos que, a despeito das últimas incongruências do Governo Sarkozy, conseguiu preservar os benefícios sociais do Well-faire-State (o famoso Estado de Bem-Estar Social). 
    Por aqui, por exemplo, é garantido aos estudantes secundaristas a gratuidade no uso do sistema público de transporte (sem limite diário, ao contrário do nosso caríssimo Salvador Card).
     Não queremos aqui destilar ingenuidades, obviamente. A França, como qualquer lugar do mundo também tem problemas. 
     Por exemplo, nos chamou atenção a quantidade de mendigos (na perspectiva francesa, claro) que dormiam nos pontos mais recônditos do Aeroporto Internacional Charles De Gaule, mesmo com a ronda policial a afugentá-los. Nas Estações de Metrô, a noite, lá estavam eles, nas suas "camas" de papelão e farrapos típicos.
     Mas essa não é a questão central. O ponto crucial são as assimetrias, quando inevitavelmente, estabelecemos paralelismos. As desigualdades em países subdesenvolvidos, como em nossa "pátria mãe gentil", são muito mais profundas e perversas. 
     Por isso, um sistema de transporte que garanta aos seus usuários o mínimo de conforto, segurança e agilidade é fundamental para o exercício pleno da cidadania, já que ainda estamos no que o Geógrafo brasileiro, Milton Santos, chama de ensaio para cidadania. "Não há cidadãos neste país. Nós a Classe Média não queremos direitos, queremos privilégios. Os pobres não têm direitos, não há pois, cidadãos neste país, nunca houve" (SANTOS, 2000).


Um pouco de amenidades






     Desta vez, como era um retorno  tanto meu como de Flavinho, fizemos uma Paris diferente, mais calma, sem pressa, nem sofreguidão. Não tínhamos a obrigação de dar conta do roteiro frenético, típico das agências de viagem. Optamos então por viver Paris, saboreá-la lentamente, suas ruas, esquinas, pontes, praças, monumentos, seus cheiros, os seus viventes.
    Começamos pelo famoso e ainda deslumbrante, Hotel de Ville (lembrei de imagens tenras da minha infância diante do carrossel em frente).  

Foto 2: Hotel De Ville. F&MP, 21/01/2011.
Foto 3: Carrossel em frente ao Hotel De Ville.
     Seguimos para a Catedral de Notre Dame (inaugurada em 1345, foi palco de acontecimentos importantes, a exemplo da
 coroação do monarca inglês Henrique VI (filho do rei Henrique V, como rei da França em 1431), o casamento de Maria I da Escócia ( decapitada pelos ingleses por traição) e a beatificação de Joana D’Arc, em 1909.


   Entramos e fomos absorvendo aquela atmosfera de energia, fé e história. Quantos pedidos não trariam suas velas, quanta oratória nos diversos cantos, e em seus bancos? Fiquei a pensar na quantidade inestimável de sonhos, segredos, confissões, dramas e graças guardam as pedras e os vitrais da Catedral. Simplesmente, fascinante!




    Sentamos em frente à nave principal e nos deixamos ficar, conversando baixinho coisas que só nós dois poderemos guardar, momento inesquecível e mágico. E os muitos minutos que    se passaram ficarão para sempre na memória dos sentidos.
     
   Saímos da Notre Dame e fomos passear ao longo do Rio Sena, passando pela Ilha Cité e Saint Louis, observando os prédios e as varandas, o privilégio de morar nestas Ilhas, as pessoas que saiam de suas portas, o doce deslizar dos  barcos nas águas mansas, junto com o escurecer. 




 Ver as luzes da cidade encantada acendendo e perceber uma tênue neblina nas ruas. Diante do frio inclemente, daqueles que doem as juntas, adormecem os dedos e varam a espinha da gente, paramos em um café para um bom chocolate, quentinho da hora.



Quase uma muçulmana (risos...)
Perguntei pela "marvada", mas só tinha chocolate (até parece!)
    Dobramos uma esquina a procura de uma estação de metrô e  “voilà” descobrimos a Rue de Le Huchette. Uma rua tipicamente boêmia, com vários restaurantes gregos, indianos, casas de jazz, blues, shows, uma festa. 







   É aqui que fica a famosa casa de jazz Caveau de Le Huchette. Optamos por jantar em um restaurante grego, o único sem estardalhaços com direito a quebra de prato na entrada e abordagens acintosas dos transeuntes. 


   Bom, o jantar nada tão especial, diria mesmo que comum, visto que meu prato se tratava de uma sobrecoxa de frango com fritas e o de Flavinho, um espetinho, que segundo ele, já comeu melhores numa tal "Combe do Reggae" no antigo estacionamento do Estádio Fonte Nova em Salvador-BA, antes do clássico BA-VI (risos...). 

    Para não dizer que não falamos de flores, salvou-se a sobremesa, um delicioso doce grego (um folhado de torta de maçã). A farra franco-balcânica saiu por um total de 32 euros.

    
 Torre Eiffel: um elogio à Revolução.  







    Em 1889 a França inaugurou o mais famoso dos seus monumentos, superando o já consagrado Arco do Triunfo, um tipo de vitupério de Napoleão Bonaparte. Projetada pelo engenheiro Gustave Eiffel, a Torre deveria simbolizar o desenvolvimento tecnológico no descortinar do século XX e ser uma espécie de marco para o centenário da Revolução Francesa.
    
    Paris acordara especialmente fria naquela manhã do dia 22 de janeiro, com temperatura de 5 graus positivos, somado ao vento que varria a planície do Rio Sena, a sensação térmica era apavorante, isso sem falar da chuva. Diante de tais condições atmosféricas, o que Paulinha sugeriu sem titubear? Subir a Torre Eiffel, claro! Ainda bem que o terraço fica interditado nesta época do ano, só reabre no dia 5 de fevereiro (parafraseando meu amigo Thyers Filho: "que energia!")



Que bela moldura La belle de Jour ganhou.

Nem com o céu em prantos, és linda e ponto. 
Estupenda!
No frio, juntinho é bem melhor!
      Tentamos almoçar no restaurante do primeiro andar, mas enfrentamos o velho humor francês do recepcionista que nos dizia que teríamos que aguardar esvaziar um grupo que havia fechado o espaço. 
      Aguardamos, por mais de 1 hora, visitando o museu da torre, e então, um segundo recepcionista “bem-educado”, com o sorriso dos cínicos no rosto, disse-nos que "infelizmente" não poderíamos almoçar porque houve uma outra reserva e o restaurante estaria mais uma vez fechado para receber um grupo, e  não poderia fazer nada diante da informação equivocada do seu colega. Para fechar com chave de ouro, disse-nos em bom francês: excusez-moi, s'il vous plaît!
O "chiquerésimo" Restaurante da Torre Eiffel. Passe bien!
     Depois da Torre Eiffel, pegamos um taxi (além do frio de "lascar", voltou a chover, então tivemos que nos render ao táxi pela segunda vez, em toda nossa passagem pela Europa), até o Arco do Triunfo. Este monumento adorna a entrada, talvez, de uma das ruas mais famosas do mundo, a Champs-Elysées.


Paulinha adornada pelo Arco do Triunfo.


Charme, glamour e tentações consumistas



 

    
A famosa Avenida Champs-Elysées é um corredor sem fim de ode ao consumo. As grandes grifes do mundo fashion estão dispostas ao longo dos seus quase 2km de extensão. O boulevard estava apinhado de gente do mundo inteiro, uma Babel de línguas, sotaques e fisionomias.
     Janeiro é o período das liquidações em toda Paris, mas não se engane não. Grandes Marcas como a Louis Vuitton, Prada, Gucci e Chanel não se submetem ao plano terráqueo (risos...) e preferem se relacionar, apenas, com os escolhidos do "Olimpo". Meus amigos/as, é de fato um outro mundo!


LOUVRE, LOUVRE, LOUVRE!!! 



Nada como um jogo de cena. Não é que minha pequenina virou uma gigante?



     Terceiro dia, ida ao Louvre, claro! E lá, nova perda da noção de tempo e espaço. O Louvre por si só, com seu prédio repleto de detalhes de arquitetura, pintura e história, já se faz a melhor atração. Percebendo isso, parávamos para admirar os tetos de seus salões, suas escadarias, independentemente de seus objetos de arte e pinturas. 

"Braços da Vênus de Milo acenando tchau" (Zeca Baleiro)

Não teve jeito, ela não parou de me olhar.




    
Escada de acesso ao andar das peças da Antiguidade grega.
    Nos deliciamos com as esculturas gregas, as pinturas francesas, as italianas...e com ela, a Monalisa e seu sorriso enigmático. O Louvre uma parcela significativa da memória das Civilizações, por isso mesmo, merece um dia inteirinho dedicado a ele e, ainda assim, muito provavelmente, o visitante não esgotará seus corredores e salas fascinantes. 

      Ao final da tarde saímos para passear pela área externa do Louvre, e resolvemos pegar um ônibus em direção à Montmartre, assim veríamos a cidade por cima, já que só andávamos de metro.  


E fomos até o bairro, soltamos, jantamos no café Luna, tiramos foto no lendário Moullin Rouge e retornamos ao Hotel. 

Depois de matarmos a fome de arte, alimentar o corpo era preciso.
Uma sobremesa francesa típica e irresistível: profiteroles com sorvete, chantilly e calda de chocolate. Bis!


    Após um brevíssimo descanso no Hotel retornamos à boêmia Rue De Le Huchette para assistirmos ao tradicional show de jazz na Casa homônima. Embora estivéssemos exaustos, valeu muito à pena ter ido a essa tradicional casa de jazz de Paris. Assistimos ao show do pianista estadunidense, Ricky Nye.










    O Caveau De La Huchette funciona há 60 no mesmo local. Trata-se de uma caverna no sentido literal da palavra, com uma pista de dança concorridíssima, onde seus costumeiros e visitantes de passagem como nós, remexem o esqueleto ao som do melhor blues. Quando for a Paris, vale muito à pena conferir.

   Quarto e último dia snif snif snif...que saudades do que não vimos. Melhor assim, temos que voltar a Paris para completar o nosso passeio. Não pudemos ir ao Palais de Versalles, porque não abre na segunda-feira, ficamos então passenado pela cidade, por suas ruas, vendo os monumentos, as praças e fomos almoçar no Kong, um restaurante in, do momento, com design super sofisticado. Lindíssimo! 



    Localiza-se no topo do prédio da Kenzo e e o teto é de vidro, o que faz com que se tenha uma vista paranômica da Rue Du Pont Neuf, com vista para o Rio Sena. Bem, o almoço ficou um pouco salgado, mas valeu a pena pelo momento, pelo lugar.

   Demos mais uma volta despedindo-se de Paris, vou chorar mesmo, voltamos para o Hotel, onde tínhamos deixado as malas guardadas, já que a diária se encerrou às 12:00h, e pegamos um taxi para a estação Paris Bercy, onde tomamos um trem para Veneza. Aguardem cenas dos próximos capítulos!